domingo, 9 de agosto de 2015

Pai ausente, filho carente

Uma breve revisão desta leitura.

Algumas pessoas dizem: quero ter um filho. Outras dizem: quero ser pai/mãe. Conseguem perceber a diferença?

No decorrer de nossas vidas vamos incorporando papéis, não somos apenas mulheres e homens, temos sempre nossas funções. Nessa de se dizer quero ter um filho, pode ser que algumas dessas pessoas, um provável pai, acabe sendo ausente na vida do filho. Outro dia poderemos falar do papel da mãe. Hoje o livro e minha leitura falam desse buraco, da ausência na vida dos meninos quando eles não tem uma referência presente.

Muitas vezes pela própria ausência em si, outras vezes por problemas com drogas, alcoolismo, em outros casos pais nada afetivos e muito agressivos.

Devemos entender aqui que falar em afetividade não necessariamente nos referimos a pais que abraçam e beijam seus filhos. Afeto são demonstrações de cuidados, a comida que se põe em casa, a preocupação com o futuro dos filhos.

Pais um dia foram filhos e alguns também não tiveram referência de pais amáveis, cuidadores, então quando assumem este papel também não tem muitos recursos afetivos, sabem é providenciar.

O processo de libertação para uma vida melhor dos filhos que crescem com a ausência será entender esta falta em seus próprios pais e reconhecerem que de alguma maneira houve afeto, houve cuidado, e quando não, quando existe apenas a ausência, a surra, a agressividade, encarar essa agressividade na fase adulta, para tratar desse rombo, mas lidar de uma maneira que não agrida o outro e nem a si próprio.

Todos nós carregamos agressividade em nosso interior, como também carregamos coisas boas. Jean Paul Sartre diz que o mais importante não é o que fizeram conosco, mas sim o que nós fazemos com aquilo que conosco fizeram.

O segredo dessas relações é o perdão. Se existe cura para uma vida de mais qualidade, esta se chama PERDÃO! Enquanto nos escondemos atrás de mágoas e dores emocionais, ficamos travados lá atrás e não progredimos em direção ao nosso futuro.

Se desmembrarmos a palavra perdão, ela é uma grande perda. Eu abro mão do direito que tenho de ficar bravo, triste, com raiva, em nome de um bem estar.

Quem ganha mais sempre é o lado que doa, que libera o perdão. Termino este artigo transcrevendo um poema que está ao final do livro – de um poeta ameríndeo:

A pedra não tem necessidade nem do sol nem da água para viver; as plantas têm necessidade da água, da terra, do sol e das pedras para existir; os animais têm necessidade das plantas, das pedras, da água, do sol e da terra para substituir; os homens têm necessidade dos animais, das plantas, das pedras, da terra e do sol para sobreviver; o homem é portanto o mais dependente de todos os seres.

PERDOE-ME MEUS FILHOS PELA MINHA AUSÊNCIA, PERDOE-ME…

Extraído do livro: Pai ausente, filho carente
Por: Gui Corneau
Imagens: google.com


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