domingo, 29 de abril de 2012

Aprendendo a sobreviver à crise

Estamos em crise! É só o que a gente escuta pôr aí. E pôr que? Porque tudo está fora de lugar, tudo está mudando: dos valores sociais, culturais aos econômicos. E tem situação mais emocionalmente instável do que quando temos que mudar? Por exemplo, de emprego? De casa? De escola? Quando temos que mudar, desfazendo um casamento? Já sentiu como é difícil ser descasado, mesmo quando sabemos que não havia outra coisa a fazer? Quantas readaptações e reaprendizados nós temos que nos submeter? Quantas incertezas, quantos medos temos que enfrentar?

Este é o clima emocional e psicológico que nós brasileiros enfrentamos, desde que mudanças globais e radicais atingiram as relações com o trabalho e milhares de pessoas encontram-se desempregadas ou em vias de desemprego.

E por que o desemprego mexe tanto com a nossa vida, a ponto de comprometer o nosso equilíbrio mental? Simplesmente porque estamos acostumados a colocar toda a nossa segurança emocional no dinheiro e porque fizemos do dinheiro nosso objetivo de vida. Sem dinheiro nos sentimos perdidos, sem chão. Se o dinheiro é tudo, sem ele onde iremos parar?

Vemos então que o desemprego atua na estrutura em que se apóia a personalidade das pessoas, afetando duramente à auto - estima.

A falta de um emprego formal, e a impossibilidade de arrumar um outro no mesmo nível do anterior, implica em muitas perdas materiais, mas principalmente perdas de ordem psicológica. Este processo todo trabalha contra, afetando de modo negativo o amor que temos por nós mesmos e principalmente a confiança que cada um deposita em si mesmo. Desta maneira, nos tornamos inseguros, medrosos, sem rumo, ansiosos, irritados, insones e sem coragem para recomeçar. Tudo porque perdemos nossas referências, referências estas, que sempre foram externas a nós mesmos. Portanto, descobrir as nossas referências internas, ou seja, conhecer aquilo que realmente somos é o antídoto para nossa desorientação e depressão.

Uma saída, então, é nos conhecermos um pouco melhor, refletindo sobre nós mesmos, tentando descobrir, por exemplo, quais seriam os nossos defeitos, mas principalmente quais seriam as nossas reais qualidades. O que fazemos bem e o que fazemos mal. O que gostamos de fazer e aquilo que definitivamente não nos atrai.

Muitas pessoas, depois desta reavaliação, conseguem dar novo rumo à sua vida e ganhar dinheiro justamente com aquelas atividades que sempre gostaram de fazer (cozinhar, pintar, escrever, costurar...), mas que foram relegadas a apenas a um passatempo, porque faltava coragem para mudar e investir no que lhes aprazia.

Uma conseqüência deste processo é o equilíbrio emocional por estarmos mais satisfeitos conosco. Manter esse equilíbrio é essencial também para conservar a nossa saúde física, já que o stress emocional é responsável pela queda no nível de nosso sistema imunológico e causador de doenças, que vão desde uma simples gripe até o câncer.

Há alguns comportamentos saudáveis que podemos ter para preservar o nosso equilíbrio, tanto físico quanto psicológico e espiritual, de modo a nos tornarmos mais receptivos à nossa criatividade e intuição, qualidades essenciais para que possamos resolver nossos problemas atuais.

A primeira coisa é nos livrarmos da agitação psíquica, ela é responsável pela aceleração de todos nossos ritmos vitais como: sono, fome, digestão, impulso sexual... Por trás da aceleração, está um hormônio chamado de adrenalina, que aparece sempre que o organismo está em estado de alerta, preparando-se para reagir. Como esse estado não cessa, o corpo fica o tempo todo pronto para guerrear e o resultado é a insônia, comer demais, falta de fome, má digestão, rebaixamento do desejo sexual... Exercícios de meditação ou relaxamento fazem com que o nosso ritmo vital volte à sua freqüência natural própria, favorecendo assim o equilíbrio mente-corpo, alterando de modo intenso as reações da personalidade.

Um exercício simples, porém muito eficaz, que pode ser feito em qualquer lugar, é sentarmos com as costas retas, mas de maneira confortável para o corpo. Fecharmos os olhos, fazermos três respirações mais profundas e então passarmos a nos concentrar observando a nossa respiração. Continuamos assim, procedendo por pelo menos cinco minutos, podendo ser aumentado esse tempo à medida que vamos nos habituando ao exercício. Esta técnica é importante, pois nos ajuda a romper com o modo como operamos “normalmente”.

- A oração também age de maneira muito eficiente, pois se trata de uma conexão com o espiritual, com uma orientação superior, que tranqüiliza e conforta; Afinal de contas, quando nos voltamos para dentro nos encontramos com Deus.

- Exercícios físicos, como andar e correr, provaram ser úteis, pois descarregam raiva e tensão.

- Cultive um passatempo ou uma válvula de escape. Isto lhe trará estabilidade e alguma paz.

- Os grupos, as organizações e as amizades podem nos envolver conscientemente com pessoas que ajudem a desenvolver parte da nossa personalidade.

- Não leve tudo tão a sério, já que responsabilidade é a habilidade de “responder” com os nossos talentos e capacidades ao que nos é atribuído. Só se transforma num peso, quando esquecemos de usar nossas capacidades.

- No mais, crie. Quando criamos estamos parindo a nós mesmos. A criação é um exercício de liberdade, portanto crie e liberte a si mesmo!




Por: Suely Najjar Murdocco

Imagens: google.com


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