domingo, 13 de novembro de 2011

Acabe com o diálogo auto-crítico

Na vida, arrisco a dizer que todos queremos ser bem sucedidos. Todos queremos ser donos do nosso destino, ser autónomos e independentes nas nossas tomadas de decisão. Queremos possuir poder. O poder de materializar aquilo que desejamos atingir. Na base de qualquer decisão, está o pensamento, o que suporta esse pensamento é o funcionamento da nossa mente que é produzida pelo funcionamento do nosso cérebro. O cérebro influencia aquilo que pensamos e o que pensamos influencia o funcionamento do cérebro. Tal como Anthony Robbins transmite no seu livro: O Poder Sem Limites, o nosso maior poder está na relação que estabelecemos conosco e na forma como estruturamos o nosso diálogo interno.

O nosso diálogo interno funciona como a matéria prima para a estrutura funcional do cérebro. A forma como moldamos aquilo que dizemos a nós mesmos, vai criar um conjunto de redes neuronais no cérebro que podem jogar a nosso favor ou contra nós.

Inevitavelmente a negatividade ou a positividade com que encaramos a nossa vida, está materializada na rede neuronal que constitui o nosso cérebro e que cria a nossa mente. Quando dizemos que temos esta ou aquela mentalidade, estamos indiretamente a dizer que a nossa mente reflete uma determinada forma de raciocinar. Esta forma de raciocinar foi-se enraizando em parte pela grande influência que o nosso discurso interno tem na construção e orientação dos nossos pensamentos e consequentes hábitos.

O DIÁLOGO INTERNO SOFRE INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE CRENÇAS

Tal como o escultor usa uma determinada ferramenta para talhar a pedra ou a madeira e dai criar a peça desejada, assim funciona o nosso diálogo interno. Cada vez que verbalizamos silenciosamente uma auto crítica destrutiva e incisiva, assim isso vai deixando as suas marcas no cérebro. Levando isto em consideração, e sabendo igualmente que o cérebro é plástico (não é rígido e imutável como a escultura), é possível propor-nos à mudança.

Para que isso seja possível, temos de ter a noção de algumas crenças que possam estar a auto sabotar uma adequação positiva à vida. Nós funcionamos como um todo, e como tal, para que o processo de mudança seja eficazmente instituído é necessário levar vários fatores em consideração. Um desses fatores, que joga um papel decisivo para uma mudança positiva no seu diálogo interno é a mudança das crenças disfuncionais. Expliquei detalhadamente como mudar as crenças nos artigos: Mude as suas crenças, evolua a sua mente.

As crenças são todas as ideias que você acha que são verdadeiras acerca de si próprio, dos outros, do mundo e do seu futuro. É premente clarificar o que você acredita, quem você é, o que você quer, e porque você quer. As crenças funcionam como um farol numa noite escura, orientando-lhe a realização dos seus desejos, ou ao invés dificultando a sua obtenção.

As crenças disfuncionais são semelhantes às distorções cognitivas e a maioria das crenças disfuncionais podem ser consideradas distorções cognitivas. No entanto, nem todas as distorções cognitivas podem ser considerados crenças disfuncionais.

Isto, porque as distorções cognitivas:

■ Não são necessariamente negativas, nem têm de resultar em consequências negativas. Por exemplo, uma interpretação excessivamente otimista de um evento traumático pode ser uma distorção cognitiva, mas não é uma coisa ruim, e pode ser uma coisa boa.

■ São geralmente dependentes do contexto, significando que elas fazem mais sentido quando são aplicados diretamente a uma situação específica. Por exemplo, a fim de ampliar um erro como um fracasso total, esse erro precisa ocorrer primeiro. Portanto, a distorção cognitiva (ampliação) existe quando a situação (ter cometido um erro), também existe.

As crenças disfuncionais, por outro lado:

■ São negativas e prejudiciais, por definição (disfuncionais).

■ Não são tão dependentes do contexto como as distorções cognitivas, pois elas podem existir mesmo quando a situação não existe. Por exemplo, uma crença disfuncional é que a emoção da raiva é perigosa e deve ser evitada a todo custo. Você pode manter essa crença, esteja ou não a experimentar raiva.

As crenças disfuncionais, e igualmente as distorções cognitivas inevitavelmente emaranham-se com o nosso discurso interno. Tornando-se difícil perceber o que é que está dependente do quê. É mais funcional falarmos de interdependência equitativa. No entanto, não podemos esquecer que a ferramenta a utilizar para mudar as crenças disfuncionais é a reestruturação do seu diálogo interno. E o diálogo interno só pode ser mudado com eficácia se aumentar a consciência do seu próprio diálogo auto crítico e destrutivo.

O processo a ter em conta, será: Monitorização do discurso, Identificação da auto crítica e pensamentos destrutivos, seguida da substituição do discurso inadequado e indesejável por um mais assertivo e funcional.

Este é o processo que alimenta a reestruturação do seu diálogo interno auto depreciativo para um diálogo interno capacitador e positivo. Na técnica de monitorização, é importante estar ciente daquilo que anda à procura para mudar, e para que o possa fazer com êxito, deverá fazer uso da sua atenção. Ao focar a sua atenção no seu próprio discurso e ao identificar o que o tem prejudicado até ao momento, deverá redireccionar a sua atenção para a construção do diálogo interno assertivo que quer implementar. E depois, segui-lo!


Por: Miguel Lucas
http://www.escolapsicologia.com/abandone-a-negatividade-acabe-com-o-dialogo-auto-critico/
Imagens: google.com


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