sábado, 9 de abril de 2011

● Unidos

(…) À primeira vista, pode parecer que a Igreja é um lugar melhor do que o fundo de uma garrafa para se procurar esperança. Todos os dias, o alcoolismo e o abuso de drogas destroem famílias, arruínam carreiras e destroem comunidades. Por outro lado, crenças teológicas e mal-entendidos foram culpados por divisões, divórcios e guerras ao redor do mundo. O problema de cada instituição reside em nós.

É verdade que o álcool alimenta um fogo diferente da piedade. Mas nem um bêbado nem um hipócrita têm muito boa aparência à luz do dia.

Nós carregamos nossos problemas à igreja da mesma forma que os levamos a um bar; eles apenas reagem de modo diferente em cada lugar. Lamentavelmente, os pecados que existem dentro das paredes da Igreja são mais difíceis de localizar.

O orgulho, por exemplo, pode se esconder incrivelmente bem dentro da comunidade religiosa. Eu raramente escuto as palavras “Eu não sei” serem proferidas em igrejas. Contudo, o Criador Triúno do tempo e do espaço sempre estará envolto em mistério e santidade. Por que não tomar o assento da humildade? Certamente, todos nós tivemos alguns erros em nossos esforços no Cristianismo.

Não é o orgulho que causa divisões entre nós? Quando começamos a difamar outros crentes no nome de Deus, sabemos que saímos da rota. Por acaso, as palavras do nosso Mestre caíram em ouvidos surdos? “Amai-vos como Eu vos amei”. “Que eles sejam um, Pai, assim como Nós somos Um”. Estes não são pensamentos opcionais sobre como as coisas poderiam ser feitas, mas pré-requisitos para o ingresso na vida do Reino do Céu. A unidade é assunto sério. A Igreja é chamada a ser uma assim como o Deus Triúno é Um.

Infelizmente, a unidade dentro da comunidade esclesiástica é uma exceção, não uma regra. Para nossa vergonha, muita gente em busca de esperança encontra mais graça no bar local do que na igreja local.

Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se eu não tiver amor, isso não me dá vantagem alguma. Se eu me levantar contra as camisetas cristãs cafonas, mas não tiver amor, isso não ajuda ninguém. Se eu detestar o ódio legalista, mas não tiver amor, isso nada constrói.

Percorrendo o caminho entre os clubes e a Igreja, eu fui mal-interpretado por ambos os lados. As pessoas jogam pedras nas coisas que não entendem. Mas isso dói mais quando vem de irmãos e irmãs bem-intencionados, as pessoas que são, supostamente, cheias do amor de Cristo. Nossa resposta automática é retaliar, reagir. E o ciclo começa de novo. Olho por olho, dente por dente.

Deus vai cuidar do cisco no olho do meu vizinho. Quanto mais fé eu tenho n’Ele e em Sua forte voz, menos eu preciso gritar. Quanto mais fé eu tenho n’Ele, mais livres minhas mãos se tornam para servir os que estão ao meu redor.

Nós somos chamados para carregar os fardos uns dos outros. A unidade é o trabalho transformador do poder da cruz em nossas vidas.

À sombra escura e manchada de sangue da cruz, nossa ostentação é patética. Nossas diferenças são mínimas.

Dê mais uma olhada na cruz. Veja quanto Ele te ama. Olhe para a rendição d’Ele, para o Seu sacrifício. A unidade só entra em foco quando percebemos a magnífica graça do Salvador.

Vamos reconhecer nossa carência, nossa linda desesperança. Sim, nossa incontestável, dolorosa e ávida pobreza é um pré-requisito para o bálsamo da salvação. Nós, pessoas – os falhos, os fracassados, os intrusos –, nós encontramos nosso Rei. Cristo, o Rei dos tolos; o Senhor dos enfermos, espíritos débeis como nós.

Vamos permanecer em contínuo assombro diante do amor que nos foi mostrado. E vamos amar! Celebremos o amor incondicional d’Aquele que arriscou tudo para que pudéssemos ser amados. Vamos seguir o caminho de um Deus que nos ama. Aos cobradores de impostos e aos rabinos. Às prostitutas e aos saduceus. Nos bares e nas igrejas. Sim, Deus ama até mesmo cristãos.



Autor: Jon Foreman, líder da banda Switchfoot. Para ler o artigo original completo, acesse: www.relevantmagazine.com/god/church/features/23449-the-drunk-and-the-hypocrite. Tradução livre do autor do blog.]

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